Este período natalício que atravessamos é o período da família por
excelência, mas também o reencontro com os amigos, as raízes e as
memórias de quem teve que partir para lutar pela sua felicidade.
O mundo de hoje, global, é muito diferente daquele em que crescemos e
onde uma visita ao estrangeiro era motivo de histórias intermináveis,
sonhos que nasciam ou mesmo a inveja de não conseguir realizar os mesmos
feitos de quem estava a narrar a história.
Hoje em dia, há viagens a preços acessíveis para quase todo o lado, há a
necessidade de os tirsenses terem que correr o mundo à procura do seu
lugar, de um local onde o seu trabalho possa ser valorizado. Como em
tudo na vida, há vantagens e desvantagens, mas o primeiro sinal que
retiro é que esta geração está preparada para os desafios mais exigentes
do mundo de hoje e, felizmente, temos vários exemplos de sucesso em
todos os cantos do planeta.
Com a globalização, acabamos por
não ter os nossos melhores cérebros ao serviço da comunidade de forma
directa, na nossa terra. Mas são embaixadores por excelência e o número
de pessoas que conhece a terra dos Jesuítas aumenta de forma
exponencial, dia após dia. É altura de sabermos viver com esta realidade
e potenciar as coisas boas a que ela estão associadas.
E como?
Haverá vários caminhos, várias formas e várias soluções. Mas que se
tocam num ponto, seja qual for a ideologia política, o clube de futebol,
a camada social ou o país ou cidade que escolhemos para viver - a
paixão pela terra que nos une.
Neste campo, antes de qualquer
plano que possa ser feito para o futuro, a memória ocupa um lugar de
destaque. Estimar a memória é estimar a nossa cidade, é cuidar do seu
bem mais valioso - as pessoas, os tirsenses. Como tal, criar boas
memórias é uma necessidade. E o melhor caminho para tal é termos uma
série de tradições que nos ajudem a identificar com aquilo que fomos,
com as pessoas que crescemos e aprendemos a gostar e a respeitar.
Santo Tirso tem algumas tradições, mas penso que deveria ter mais. Mais
pro-actividade. Daí que iniciativas como as do OK Bar têm um sabor
especial. O que começou por ser um jantar de um torneio de futebol entre
amigos, com o passar dos anos tornou-se num caso sério de tradição
Tirsense. 2 vezes por ano, uma antes das férias, uma na véspera de
natal, o jantar serve de desculpa para por a conversa em dia a quem
partilhou imensas histórias, aventuras, amores e muita festa e alegria.
Para muitos tirsenses a viver fora da cidade, são datas quase
obrigatórias e em que vale a pena voltar à cidade. Está toda a gente cá,
toda a gente se encontra para saber onde estão a trabalhar os nossos
amigos dos quais perdemos o rasto, de novas actividades, de contar
aquelas histórias que ficaram gravadas na MEMÓRIA de todos.
O
OK BAR, nesse campo, faz um serviço comunitário extraordinário. Porque
trata de forma suprema o bem mais valioso de Santo Tirso - os Tirsenses.