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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Tradições tirsenses - Ainda existem?


Este período natalício que atravessamos é o período da família por excelência, mas também o reencontro com os amigos, as raízes e as memórias de quem teve que partir para lutar pela sua felicidade.

O mundo de hoje, global, é muito diferente daquele em que crescemos e onde uma visita ao estrangeiro era motivo de histórias intermináveis, sonhos que nasciam ou mesmo a inveja de não conseguir realizar os mesmos feitos de quem estava a narrar a história.

Hoje em dia, há viagens a preços acessíveis para quase todo o lado, há a necessidade de os tirsenses terem que correr o mundo à procura do seu lugar, de um local onde o seu trabalho possa ser valorizado. Como em tudo na vida, há vantagens e desvantagens, mas o primeiro sinal que retiro é que esta geração está preparada para os desafios mais exigentes do mundo de hoje e, felizmente, temos vários exemplos de sucesso em todos os cantos do planeta.

Com a globalização, acabamos por não ter os nossos melhores cérebros ao serviço da comunidade de forma directa, na nossa terra. Mas são embaixadores por excelência e o número de pessoas que conhece a terra dos Jesuítas aumenta de forma exponencial, dia após dia. É altura de sabermos viver com esta realidade e potenciar as coisas boas a que ela estão associadas.

E como?

Haverá vários caminhos, várias formas e várias soluções. Mas que se tocam num ponto, seja qual for a ideologia política, o clube de futebol, a camada social ou o país ou cidade que escolhemos para viver - a paixão pela terra que nos une.

Neste campo, antes de qualquer plano que possa ser feito para o futuro, a memória ocupa um lugar de destaque. Estimar a memória é estimar a nossa cidade, é cuidar do seu bem mais valioso - as pessoas, os tirsenses. Como tal, criar boas memórias é uma necessidade. E o melhor caminho para tal é termos uma série de tradições que nos ajudem a identificar com aquilo que fomos, com as pessoas que crescemos e aprendemos a gostar e a respeitar.

Santo Tirso tem algumas tradições, mas penso que deveria ter mais. Mais pro-actividade. Daí que iniciativas como as do OK Bar têm um sabor especial. O que começou por ser um jantar de um torneio de futebol entre amigos, com o passar dos anos tornou-se num caso sério de tradição Tirsense. 2 vezes por ano, uma antes das férias, uma na véspera de natal, o jantar serve de desculpa para por a conversa em dia a quem partilhou imensas histórias, aventuras, amores e muita festa e alegria.

Para muitos tirsenses a viver fora da cidade, são datas quase obrigatórias e em que vale a pena voltar à cidade. Está toda a gente cá, toda a gente se encontra para saber onde estão a trabalhar os nossos amigos dos quais perdemos o rasto, de novas actividades, de contar aquelas histórias que ficaram gravadas na MEMÓRIA de todos.

O OK BAR, nesse campo, faz um serviço comunitário extraordinário. Porque trata de forma suprema o bem mais valioso de Santo Tirso - os Tirsenses.